
o farol iluminando a minha rota, livrando-me de barcos encalhados, mas não de tristezas da distância, de perdidos continentes encontrados...que revivo á noite nos meus sonhos, frente ao mar da minha fantasia, em que os sonhos possiveis se cumpriram.
Pois o tempo me corta/
O tempo me divide/
O tempo me atravessa/
E me separa viva/
Do chão e da parede/
Da casa primitiva//
Musa ensina-me o canto/
Venerável e antigo/
Para prender o brilho/
Dessa manhã polida/
Que poisava na duna/
Docemente os seus dedos/
E caiava as paredes/
Da casa limpa e branca//
Musa ensina-me o canto/
Que me corta a garganta".
Livro Sexto-Sophia de Mello Breyner Andresen